O que é coronavírus: sintomas, prevenção, transmissão e tratamento

  • 13/03/2020 17:24:00
O que é coronavírus: sintomas, prevenção, transmissão e tratamento

 

OMS declara pandemia para o Covid-19 e infectologista explica tudo o que você precisa saber sobre o vírus que surgiu na China, mas já se espalhou pelos quatro continentes.

O novo coronavírus é transmitido por via respiratória através das secreções expelidas por indivíduos infectados. Ao tossir, por exemplo, as gotículas podem alcançar uma distância média de 50 cm a um metro, podendo contaminar pessoas e o local ao redor. Ainda não se sabe por qual prazo o vírus fica no ambiente ou mesmo o tempo que pode levar entre o toque no paciente e o contato das mãos com olhos, nariz e boca sem correr o risco de infecção. Sendo assim, por enquanto, considera-se que a transmissão se dá de pessoa para pessoa, pelo contato direto com as gotículas ou com o ambiente.
Vale comentar que, mesmo sendo expostos ao coronavírus, alguns indivíduos podem não manifestar os sintomas e adoecer, mas, ainda assim, transmitir o vírus. Sem contar que alguns apresentam quadros mais simples, enquanto outros podem desenvolver pneumonia grave e precisar de acompanhamento em unidades de terapia intensiva. Tudo vai depender da capacidade imunológica de cada pessoa. Em alguns casos, o indivíduo pode ter anticorpos mais efetivos ou seu sistema imunológico pode ter uma memória porque já teve contato com vírus semelhante.

O Covid-19 é transmitido pelo:

Contato com secreções contaminadas. É o caso de gotículas de saliva, espirro, tosse e catarro;
Toque em objetos ou superfícies contaminados e, em seguida, contato com a boca, nariz ou olhos.

O período de incubação do coronavírus é de 2 a 14 dias. Nesse intervalo, o indivíduo estará assintomático, mas ainda assim pode transmitir a doença.

Sintomas

O quadro do novo coronavírus é muito semelhante ao de gripes e resfriados comuns. Não há nenhuma característica que seja específica dessa infecção. Os sintomas são:

Tosse;
Febre;
Falta de ar;
Perda de apetite.

Sintomas de agravamento:
A infecção pode evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave. Um dos primeiros sintomas do coronavírus é falta de ar. Porém, se esse quadro piora progressivamente e a pessoa passa a sentir dor e cansaço ao respirar, são indicativos dessa inflamação do pulmão, consequência de uma pneumonia causada pelo vírus. Ao notar esses sintomas respiratórios, portanto, deve-se procurar um médico, pois o paciente pode estar com:

Síndrome respiratória aguda grave (SARS)

Importante comentar que esse quadro também acontece entre pacientes diagnosticados com adenovírus ou influenza. Os sintomas são os mesmos em todos esses casos, não havendo um marcador específico do Covid-19.

São sinais da síndrome respiratória aguda grave, principal complicação do coronavírus:

Dor no pulmão;
Cansaço ao respirar.

ratamento

Por enquanto, o tratamento visa oferecer suporte clínico e uso de medicamento para os sintomas, como febre, bem como procedimentos que possam ajudar os pacientes que apresentam dificuldades para respirar ou a síndrome respiratória aguda grave. Há terapias em pesquisa. Um dos medicamentos estudados é lopinavir. Usado no tratamento do HIV, vem apresentando boas respostas nesses casos, porém ainda em critério de pesquisa. Ribavirina e interferon também estão sendo testados. É importante ainda repouso e hidratação.

Prevenção

Em algumas províncias chinesas, o uso de máscaras cirúrgicas é obrigatório. No Brasil, esses acessórios não são necessários em princípio.
- Geralmente o doente não usa máscara para não contaminar o ambiente. Então para quem transmite tem seu papel, por isso os chineses usam máscaras quando estão doentes, para não contaminar o ambiente de outras pessoas. Mas o papel da máscara na prevenção é só quando há risco biológico e você vai usar por pouco tempo. Porque à medida que você usa, a respiração e a fala acabam umedecendo a máscara e ela perde o poder de filtração. Ou seja, ela protege, mas por um tempo limitado. A não ser que se fique trocando as máscaras - explica a infectologista.

As recomendações para prevenção são as mesmas indicadas para evitar qualquer infecção por vias aéreas, além da orientação para evitar viagens à China. Lembrando que no Brasil, atualmente, é período de circulação do influenza B. De tal forma, ao adotar as medidas a seguir, é possível evitar o contato com esse vírus, que também causa infecção aguda do sistema respiratório.
As dicas para prevenir a infecção pelo coronavírus são:

Lavar as mãos com bastante frequência e ter sempre álcool em gel à disposição, para momentos em que não tiver acesso à banheiros;
Manter o que se chama de etiqueta respiratória, ou seja: não tocar mucosas de olhos, nariz e boca, para evitar o contato com o vírus e infecções. Outra medida é cobrir a boca com o braço ao tossir ou respirar. Não se deve usar as mãos nessas horas, uma vez que será preciso usá-las para abrir portas, por exemplo, que ficarão contaminadas e transmitirão o vírus para a próxima pessoa que abri-las;
Cuidar da alimentação e da hidratação. Essa medida é importante para manter-se saudável e garantir uma boa resposta imunológica;
Não dividir copos e talheres;
Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência;
Evitar viagens à China.

Vacina

Em alguns países, como os Estados Unidos e a própria China, em uma parceria com a Rússia, pesquisadores trabalham para desenvolver vacina contra o coronavírus. Nesse processo, é preciso testar sua eficácia e segurança, o que pode levar muito tempo. No caso desse vírus, é importante lembrar que tem uma mutação rápida. Não é possível estimar, por enquanto, quando essa imunização estaria disponível para distribuição pelas redes de saúde.
Apenas uma emergência mundial poderia acelerar esse processo, como aconteceu no caso do H1N1, em 2009, quando houve uma epidemia de alta complexidade e muitas vítimas fatais. A OMS, por meio de seu comitê de vacinas, acompanha casos como o do coronavírus e se reúne com especialistas do mundo inteiro para orientar essas decisões. Sem contar que ainda há reuniões entre gestores dos países para tratar sobre esses temas. É preciso, portanto, que a vacina tenha o mínimo de eficácia e segurança e que seu agente seja muito grave para que sua distribuição seja agilizada, como aconteceu no caso do H1N1.

Fake news

Mensagens de Whatsapp têm compartilhado o boato de que vitamina C seria eficaz para a prevenção do coronavírus e de que erva-doce teria as mesmas propriedades do Tamiflu (Oseltamivir), remédio usado para tratamento de gripes como H1N1, e que seria eficaz também contra o Covid-19. São fake news. Não há nenhuma evidência da eficácia de nenhum dos dois produtos, e erva-doce não tem Oseltamivir entre seus princípios ativos.

MAPA DE PAÍSES INFECTADOS:

https://experience.arcgis.com/…/685d0ace521648f8a5beeeee1b9…